sábado, 20 de agosto de 2011

ESCOLA E FAMÍLIA: PLANEJANDO NA BUSCA DE UM SÓ OBJETIVO E COMPROMISSO


Para se ter sucesso em qualquer tomada de decisão segundo o autor precisa haver planejamento. Para que todos os alunos aprendam dentro das suas limitações o caminho deve ser preparado para que se saiba aonde chegar.
E para alcançar os objetivos as instituições necessitam de um planejamento, pois ele faz parte de todo o movimento da escola.
Oliveira (1991) reforça que para viabilizar com êxito o processo de uma atividade, o sujeito deve observar as dimensões do Planejamento Estratégico e Participativo.
Na concepção de Coelho (1999) o Planejamento Estratégico tem a finalidade de ajustar a empresa ao seu ambiente. Para Andrade (2002) o Planejamento Estratégico possibilita estabelecer o rumo que a empresa deve seguir.
No Planejamento Participativo o que considera é a valorização da construção coletiva, diferente do Planejamento Estratégico que considera produto de técnicos. No Planejamento Participativo afirma Pinto (1995) o objetivo é a transformação das relações de poder, autoritários e verticais, em relações igualitárias e horizontais, de caráter dialógico e democrático.
O planejamento não pode ser executado isolado, não contribui para resolver todos os conflitos, mas com o trabalho do professor engajado a um Projeto Político Pedagógico adequado cria-se uma maneira de construção de conhecimento que são planejados e executados em parceria entre família, professores, gestores, coordenadores e comunidade.
Durante a leitura deste livro o autor concebendo o ato de planejar numa dimensão mais abrangente, apresenta os pilares da metadisciplinaridade apontando as concepções filosóficas, psicológicas e pedagógicas que devem embasar todo o planejamento.
Ramos (2007) relata que planejar é um pensar à realidade. Dois questionamentos devem ser feitos: Para quê se meter na realidade, e o quê deverão ser mudados, ou seja, quais aspectos estão incomodando e devem ser repensados.
Para iniciar a primeira etapa do planejamento deve-se sondar a realidade e a partir do que descobriu quais urgências e necessidades devem ser enfocadas, analisadas e estudadas durante o ato de planejar.
Os que planejam devem traçar objetivos claros e bem definidos observando o que se pretende alcançar e o que esperam do futuro para que melhor se conduza a dinâmica do processo. Analisar o processo do planejamento criteriosamente para evitar falhas na construção e estruturação, acompanhando durante o caminho os resultados alcançados com os desejados. Durante todo o processo faz-se necessário o olhar do gestor como mediador para criar procedimentos que conduzam a superação das necessidades que foram diagnosticadas anteriormente.
Para Lück (2005), a função do gestor na escola deve ser de destaque não cabendo mais uma ação partidária, unilateral e autocrática por parte dele. Busca-se descentralizar o trabalho, definir os papéis, para que os resultados alcançados sejam satisfatórios consolidando uma ação progressista no desenvolvimento de todas as atividades na unidade escolar.
O gestor tem papel decisivo para o dinamismo na escola, observando de perto todo o desenvolvimento e estabelecendo um relacionamento entre “meios e fins” para equacionar na escola problemas pedagógicos e administrativos.
Ao gestor compete à função de envolver o grupo em todos os movimentos da escola, influenciando todas as pessoas com o seu dinamismo e comprometimento pela educação. É desta forma que o gestor deve pautar a condução do planejamento participativo, buscando sempre o envolvimento dos diversos segmentos escolar.
Mesmo sendo difícil para o gestor manter um clima favorável, inclusive despertar o interesse da comunidade escolar, cabe a ele desenvolver situações em que se possa atingir o respeito e o diálogo.
O comprometimento de todos os envolvidos no processo escolar é fundamental para que se consiga pensar no planejamento participativo metadisciplinar em todas as etapas desde a elaboração, execução, avaliação e na reelaboração. Todo esse movimento em torno do planejamento repercutirá na vida da escola, fazendo as modificações nas relações e influenciando positivamente no processo de tomada de decisões.
Observando toda trajetória do professor se percebe que muitas vezes sua relação com o aluno é de extrema resistência, chegando a mostrar para o aluno quem manda na sala. O gestor deve mostrar que o professor não é o dono do saber, devendo haver na sala uma relação de troca de conhecimento e experiência. As decisões em sala de aula devem ser democráticas promovendo assim uma relação interpessoal com o aluno. Fazendo o professor refletir: quem são os alunos? Quais as dúvidas e certezas que eles têm em relação às atividades propostas? Quais são suas perspectivas?
Para Padilha (2001, p.33), “o planejamento de ensino é um processo de decisão sobre atuação concreta dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo ações e situações em constante interação entre professor-aluno e entre os próprios alunos”.
O planejamento deve ser analisado uma vez por mês para observar os avanços e dificuldades na aprendizagem das turmas, por isso o professor deve preparar um portfólio da turma para visualizar o desenvolvimento em cada área do conhecimento. Esses encontros vão dar subsídios para que o professor repense as áreas em que os alunos tiveram melhores desempenhos e ao mesmo tempo oportunizar ao professor encarar com mais tranquilidade as áreas em que os alunos apresentam maiores dificuldades.
Quando o professor participa do planejamento participativo deixa de ser o executor para se tornar o sujeito do processo definindo o que se pretende fazer ao longo do ano. Escolher bem os objetivos, desta vez os de cada disciplina, ou seja, as competências que o aluno precisa desenvolver naquele ano, semestre ou ciclo.
O professor precisa resistir à tentação em pensar que sabe o que o aluno deve aprender. Para que o aluno aprenda com prazer é preciso, perceber sua necessidade. É preciso apostar no potencial do aluno, todos podem tornar-se um talento naquilo que gostam de fazer. O professor deve perceber que é nesta visão que deveria nortear sua prática, pois se sabe que necessidade gera interesse.
Ramos (2008, p.101-102), “a ação docente não deve ser justificada apenas pela transmissão de conteúdos conceituais. E sim preparar o professor para a necessidade de trabalhar os conteúdos atitudinais e procedimentais”.
É importante preparar os pais e o professor para não dar apenas ênfase às notas mínimas em determinadas disciplinas, não significando que o aluno não aprendeu ou mesmo que não queira aprender. O professor deve prestar atenção nas disciplinas que o aluno se saiu bem, pois é nessas disciplinas que poderemos ter futuros talentos.
Todo trabalho desenvolvido só terá bons resultados se tiver um embasamento aprofundado e fundamentado a partir de leituras e diálogos entre as pessoas envolvidas: professores, servidores, gestores, pais e alunos. Pensar a realidade que cerca a escola e juntos comprometidos com a instituição ter clareza do horizonte que se pretende chegar ao processo educacional. Dessa forma, a escola exercerá sua função diante do processo de ensino e aprendizagem dentro da comunidade que está inserida, para que não seja apenas uma estrutura de concreto na qual circulam várias pessoas que não sabem aonde querem chegar.
Toda fala abordada no livro vem de encontro com minha ideia de pensar educação. Os caminhos só podem ser bem percorridos se sabemos aonde chegar. Como exemplo: pego a história de Alice no País das Maravilhas que vivia angustiada sem saber que caminho tomar e o mesmo acontecem em algumas instituições escolares. Começando na gestão da escola quando os que deveriam auxiliar os pais, alunos, professores e demais funcionários orientando e motivando todo o processo de ensino, muitas vezes se fecham em seus gabinetes deixando as pessoas sem saber que caminho tomar.
O planejamento participativo, sim participar e não ser preparado por um pequeno grupo que muitas vezes não conhece a realidade da escola e “tenta’ através de suas ideias colocarem situações que não vem de encontro com a realidade inserida na comunidade.
A escola necessita de pessoas que realmente consigam enxergar o movimento que envolve alunos e professores. Estar atento para que haja uma única linguagem, a do conhecimento, respeitando as individualidades de cada envolvido no processo. O gestor como um dos grandes personagens da história da escola deve exercer uma movimentação saudável entre família e escola para que todos se sintam envolvidos no processo e “queiram” junto com o professor alcançar o objetivo maior que é o compromisso com a educação.


Rosania Soares Carminati

        




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